TORRE DO CASTELO DE PORTO DE MÓS | SN |
Hoje, vou fazer de ti o meu mapa, desenhar as tuas ruas, uma a uma, vestir-te das minhas tintas, despir-te nas minhas cores. Hoje, vou descer teus vales... Escalar tuas montanhas, aquecer-me nas labaredas do teu olhar. Hoje, vou descansar lá no alto dos teus montes, olhar em redor, riscar horizontes, comer a fruta fresca dos teus vales, mergulhar nas grutas húmidas, profundas, que o tempo rendou da mais fina pedra, e descer ao fundo mais fundo de ti. Hoje vou perder-me nos teus recantos, beber os sorrisos da tua gente, no cume do teu contentamento, e aí construir o meu caminho. O teu corpo é um hoje um mar, de encantos renovados, onde o meu se perde. Hoje, vou beber a força de Nuno Álvares, vadiar na loucura de D. Afonso e navegar na mítica aventura de D. Fuas. Hoje quero ser a mó, que rasga o trigo loiro que te dá pão, e ser o vento que roda os panos brancos das velas que adornam a tua paz. Hoje, e sempre, ondeará no meu peito a tua bandeira, mulher bonita, rainha do chão que piso. Hei-de adormecer, depois, no teu castelo, de olhos verdes, tão verdes… E, em cada despertar, quero poder repetir-te ao ouvido, baixinho, no teu acordar sereno, de cada madrugada:
Gosto de ti!
SILVA NETO 2011
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